O Neocolonialismo e o Aspecto Étnico

Existem três aspectos que unem os povos: geografia, língua e etnia. Além destes três poderíamos citar um quarto aspecto, que é o das parcerias econômicas, mas este não une os povos em si, mas apenas as classes dirigentes e industriais. O aspecto geográfico é predefinido pela natureza. Blocos de países vizinhos estão sempre mais propensos a se unirem. Apesar de no passado muitos países vizinhos da Europa terem entrado em conflitos, especialmente nas duas Grandes Guerras Mundiais, é inegável que tais países estão, na atualidade, mais propensos a serem aliados, em todos os aspectos. A língua também une os povos. Especialmente nos tempos modernos, quando o mundo está ligado por uma rede de computadores, povos de mesma língua tendem a intercambiar suas culturas entre si. A Europa, berço de tantas línguas diferentes, não se une tanto pela língua, mas por outros aspectos. A etnia, no meu ver, é o aspecto que mais une os povos. É também o aspecto que, historicamente, mais levou à exploração coletiva de povos de pele escura ou mestiça. Mesmo entre os orientais existem povos de pele mais alva (Japão, Coreia, China) e povos de pele mais escura (Indonésia, Tailândia, Filipinas, Malásia, Laos, Camboja). É inegável que os povos de maioria branca, especialmente no pós-guerra, se uniram e se arvoraram em torno da idéia de “superioridade étnica”, subjugando e explorando povos de pele escura. A união dos povos brancos na exploração de outros povos é, antes de tudo, algo étnico. É algo que não é admitido publicamente, mas é cada vez mais visível. O mundo está hoje dividido em blocos, e tais blocos trazem assinaturas étnicas bem visíveis. A África, a América Latina, o Oriente Médio e o Sudeste Asiático, por exemplo, são blocos de etnias mais escuras ou mestiças. Já Europa, América do Norte e Oceania são blocos de etnia branca. Por Pedro Alberto Cogoy
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